No Silêncio dos Túmulos
Naquelas tardes, sob as ramarias
De velhas e outoniças gameleiras,
Eu te aguardava, contemplando as vias,
E o farfalhar das folhas altaneiras;
Nas alvas mãos, um livro tu trazias,
A vir por entre as campas derradeiras,
Sentavas junto a mim — e então sorrias,
Folheando a tez das páginas primeiras...
Tu entoavas... E as palavras no ar,
Moldavam-se ao melífluo rumorar
Das folhas em um recital etéreo.
Que hoje, se me aprofundo relembrando,
A tua voz — escuto — recitando:
“O mar é triste como um cemitério!”
Derek S. Castro
Agosto de 2011
Agosto de 2011
*Reescrito em Junho de 2025.
*O verso final é de autoria do poeta Augusto dos Anjos.
Que pagina maravilhosa...aqui quero voltar sempre.
ResponderExcluirLindo poeta, ficou lindo...
ResponderExcluirBelo soneto meu caro amigo ,como sempre arrebenta, principalmente nestes temas lúgubres, meus parabéns. Sérgio.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu amigo, essa alma soturna encanta através de sagradas letras.
ResponderExcluirDeposito neste jazigo estas flores:
"Com dores n’alma adentrei ao sacro recinto
E ouço murmúrios solitários nesta necrópole,
Sair de tua boca como uma oração de Cristo
Mas ao recordar, que tu'alma não perece
E dentro do peito as marcas dos meus conflitos
Me junto à tu’alma, recitando mais esta prece..."
Um abraço, e sempre que possível, estarei por aqui para meditar.
Lindo... Estou sentindo falta de suas postagens no recanto! Beijos.
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