terça-feira, 11 de outubro de 2011

(Cemitério São Sebastião - Rosário do Sul - Foto por Derek Soares Castro)

Lembrança Eterna

Pouca coisa restou-me em memória,
Desses tempos que te ias comigo,
Das mãos nossas; tal como castigo,
Separaram-se! — Vil trajetória!

Nossa vã mocidade de glória,
Fez-se um findo passado, atro, antigo.
E quiçá, entre algum pétreo jazigo,
Por completo perdeu-se essa história...

E de tudo que outrora nós fomos,
Ficou à sombra duns cinamomos,
Nossa imácula e terna aliança.

Ficou lá... Junto aos anjos marmóreos,
Dentre os tétricos túmulos flóreos,
Nossa mais bela e doce lembrança.


Derek Soares Castro

* Versos Eneassílabos em Gregoriano Anapéstico (3ª, 6ª e 9ª).

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

(Cemitério São Sebastião - Rosário do Sul - Foto por Derek Soares Castro)

Jazigo Perpétuo

Por entre esses jazigos funestos,
Que noutrora passávamos rindo...
Hoje quando a passar, vejo-te indo,
Meneando-me o adeus em teus gestos.

E assim, vejo-te longe partindo,
No negror dos sepulcros tão mestos...
Tu deixaste-me apenas os restos,
E o amargor dum pesar tão infindo!

Dessas árvores — esse cipreste,
Dos segredos que outrora me deste,
Ele deve guardar na memória...

Desses túmulos — esse jazigo,
Ele deve guardar, tão consigo,
O romance de nossa atra história.

Derek Soares Castro

* Versos Eneassílabos em Gregoriano Anapéstico (3ª, 6ª e 9ª).