In Silentio
À meia-luz do claustro, no convento,
Das mãos em um rosário, entrelaçadas,
Absorta estava a freira em seu momento,
Em orações, em preces devotadas.
De joelhos sob os pés do monumento,
Rogava com as pálpebras fechadas.
Estava ali o Cristo macilento
Com as esguias mãos na cruz, pregadas.
Vinha-se da janela vagamente
Uma centelha frouxa e alvinitente,
Que a face do alto Cristo iluminava;
E dessa luz, então, se ver podia,
Que a freira em seu orar não percebia,
Que o Cristo, a sua face, contemplava.
Derek S. Castro
Julho de 2017
*Reescrito em Junho de 2025.
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