segunda-feira, 28 de outubro de 2013


Post-Mortem

As mãos de lapidadas estruturas,
— Em entretons palidamente frios —
Expunham invernais temperaturas 
Prostradas entre rendas e atavios. 

Aos seus cabelos de ondulados fios,
Pairava o olor de brancas flores puras,
Dispersas nos estofos tão macios
De um féretro de ilustres talhaduras. 

Pelos vitrais do templo, parcialmente, 
Uma luminescência alvorecente 
Banhava a sua face enlanguescida, 

A revelar feições de paz e sono,
Como uma típica manhã de outono,
Gelada, silenciosa, adormecida... 

Derek S. Castro
18 de Outubro de 2013
*Reescrito em Outubro de 2023

sexta-feira, 8 de março de 2013


Antigas Florescências

Em minha vida, quando as tenras flores
Da infância, germinaram numerosas,
Ao coração, ergueram-se em fulgores,
Jardins de florações esplendorosas, 

De edênicos painéis multicolores,
Pintados sob auroras luminosas,
Onde as primaveris visões de amores,
Mostravam-se por flores perfumosas... 

Porém um dia, o tempo e as transições,
Ceifaram dos jardins, as florações,
Diante da lei das efemeridades... 

Ao coração, das flores que o enfeitaram,
Somente as murchas pétalas restaram,
Numa outonal coroa de saudades. 

Derek S. Castro
18/19 de Fevereiro de 2013
*Reescrito em Agosto de 2024