No Silêncio dos Túmulos
Naquelas tardes, sob as ramarias
De velhas e outoniças gameleiras,
Eu te aguardava, contemplando as vias,
E o farfalhar das folhas altaneiras;
Nas alvas mãos, um livro tu trazias,
A vir por entre as campas derradeiras,
Sentavas junto a mim — e então sorrias,
Folheando a tez das páginas primeiras...
Tu entoavas... E as palavras no ar,
Moldavam-se ao melífluo rumorar
Das folhas em um recital etéreo.
Que hoje, se me aprofundo relembrando,
A tua voz — escuto — recitando:
“O mar é triste como um cemitério!”
Derek S. Castro
Agosto de 2011
Agosto de 2011
*Reescrito em Junho de 2025.
*O verso final é de autoria do poeta Augusto dos Anjos.