quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


Memória Cemiterial

Lembras inda das tardes — Amor —
No silêncio, na paz dum jazigo?
Se tu não lembras, disto que eu digo,
Os jazigos, sim, lembram com dor.

Lembras inda do fúnebre alvor,
Duma lousa dum mármore antigo?
E também que trazias contigo
Algum livro d'algum triste autor?

Dos coturnos, metais, e fivelas,
Maquilagens chorosas, tão belas!
Ah, quiçá tu já nem lembres mais...

Não importa se tu não lembrares,
Pois as campas finais, tumulares,
Olvidar, elas não vão! Jamais!

Derek Soares Castro

* Versos Eneassílabos em Gregoriano Anapéstico (3ª, 6ª e 9ª).

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