quinta-feira, 15 de setembro de 2011

(Cemitério São Sebastião - Rosário do Sul - Foto por Derek Soares Castro)

Herança Perpétua

Quando eu me for à negra sepultura,
Em passo dum cortejo, sem ninguém;
Hei-me de ouvir nas árvores o amém
Das folhas farfalhando com tristura.

E tu Amor, tu hás de ouvir d'alguém,
Ou d'algum necrológio, porventura,
— A nota duma morta criatura —
Que partiu a chorar rumo do além.

Mas, não te fiques triste, nem saudosa,
Não me leves nenhuma bela rosa
Para enfeitar o meu último abrigo.

Pois, quando perceberes ao teu peito,
Um pulso enamorado e satisfeito,
É o meu coração, qu'eu deixei contigo!

Derek Soares Castro

4 comentários:

  1. Muito bem poeta,aqui seus sonetos ficam ainda mais interessantes, há um clima que os abraça.
    Muito bom,gostei daqui e com certeza mais vezes estarei por aqui.Seguindo com link nos favoritos,o que me alerta para esta sintoizado com suas belas criações.
    Um abraço amigo e vamos por ai.

    ResponderExcluir
  2. Sublime poeta,dos poemas iluminados
    toda imensidade,profundidade mergulhada
    no declinio dos olhos,aos degraus de cada poema
    teu,é sempre um privilegio
    e inefável gosto,que desce pelo paladar dos olhos
    até chegar ao coração e de deitarem
    cobrerei-os quando frio sentem,com todo lençol cálido da adimiração,contemplação que teus poemas
    faz-me apertar as mãos da inércia,e ficar no travasseiro dos pensamentos libertos.

    ResponderExcluir
  3. MARAVILHOSO SONETO, ALIÁS , TODOS SÃO LINDOS, TORNEI-ME SEU FÃ, E ALUNO HÁ ALGUNS MESES, O QUE MUITO ME HONRA, UM ABRAÇÃO MESTRE.

    ResponderExcluir