terça-feira, 27 de setembro de 2011


As Minhas Mãos

As minhas mãos são mortiças, esguias;
Vagos fantasmas, perdidos e absortos,
Têm a frieza dos túmulos mortos
Das pedras brancas, marmóreas e frias...

Enlanguescidas, tão magras, vazias...
Têm os relvedos de fúnebres hortos;
E os dedos longos, ebúrneos e tortos,
Formam arcaicas colunas sombrias...

Têm o requinte de góticas naves,
Marmorizadas, regélidas, graves,
São assimétricas, lúridas, cruas!

Ah minhas mãos! Solitárias, errantes,
Tão cadavéricas, tristes, minguantes,
Nunca encontraram as sedas das tuas!

Derek Soares Castro

* Versos decassílabos no ritmo Provençal / Gaita Galega (4ª, 7ª e 10ª).

3 comentários:

  1. Amigo poeta, amei te encontrar aqui!
    Não tenho feito comentários por falta de tempo, mas sempre leio nos pequenos intervalos de descanso.

    Não sabia do seu blog, encontrei por acaso, espero que não se importe em me ter como sua seguidora, pois sou fã de tudo que você escreve!

    Deixo carinhos de flor pra ti, viu?
    Beijos

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  2. Lindo como sempre amigo,sua inspiração aliada a sua arte fica um primor.Parabens Derek.Meu abraço.

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  3. Outro belo soneto, este está entre aqueles mágicos, que foram escritos por um verdadeiro mestre, um soneto belo, sem igual. Um abração caro amigo.

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